domingo, 3 de julho de 2011

Definitivo

Se a dor fosse incurável, o que poderia saciá-la? A resposta para tal dúvida inquietante é silenciosa, e não satisfaz uma alma cúmplice de sua própria destruição. Angustiada pela tal sede de lágrimas que desespera, faz com que suspire cansada dessa luta contra a eternidade.
Para saciá-la, seria preciso renascer das cinzas, e cobiçar calmamente a felicidade. Das ruínas de seu corpo, o ponto de partida que se parece tão distante; da ausência, a agonia interminável que deve ser superada. O sacrifício para se chegar ao equilíbrio exato entre a alegria e a racionalidade é o limite para o fim da sanidade e o começo de um surto. Os pecados cometidos enquanto se esquiva das catástrofes criadas por si mesma não podem ser levados em conta, dado o mistério que leva alguém a chegar a tal ponto desconhecido, e provavelmente, inexistente.
Seria considerado um milagre se, ao fechar suas pálpebras, os limites do abismo se desbotassem e em seu lugar as lembranças boas surgissem, tornando tolos aqueles que um dia duvidaram de que seria possível o lugar ser tomado por glória e êxtase.
Certamente, a dor seria saciada por delírios perseverantes que insistem em fazer aqueles em sã consciência cometer erros até o fim de suas vidas.

Morangos Silvestres

A meu ver, a ansiedade se consiste de duas preocupações desfavoráveis: o medo, do qual se tiram dores e agonias, sem ter tempo de se conscientizar da autodestruição psicológica; e do desespero, o qual se torna altamente inflamável, dado seus pensamentos envenenados que proclamam sua angústia, esforçando-se inutilmente para que sejam ouvidos. Assim, o conflito entre as oportunidades que serão desprezadas e a insegurança que domina por completo aqueles que são consumidos por amanheceres mal intencionados, acaba cobiçando verdadeiramente atos de estupidez, desejando se desviar de decisões que se fantasiam de monstros.
Querendo ou não, somos todos gentilmente empurrados a barreiras que foram posicionadas perfeitamente em frente às nossas necessidades. Decididamente, enfrentamos o que estiver no meio do caminho, determinados a continuar o caminho por entre o desconhecido. A vontade de se chegar ao outro lado do muro, não é posta em segundo plano facilmente, mas, vigiados estamos sendo, todos os dias, pelos nossos medos. Ao chegarem sem permissão, nos consomem e acabam com qualquer possibilidade de continuação.
Necessitando de um ponto de apoio, procuramos desesperadamente um outro alguém, que possa compensar nossos erros nada sutis e nos ajudar a superar o que poderia ser impossível. A nossa cara amiga insegurança, nos faz utilizar alguém de modo injusto, tão injusto, que aos poucos pode se tornar sincero e destrutivo, criando uma inexplicável necessidade de acompanhar o pobre sujeito até seu fim.
A tal falta de justificativa para uma vontade é altamente reconhecida por sua presença tão notável em certas almas mal-trabalhadas. Elas, ao não serem criticadas por tais ultrajes, acabam inúteis e imundas, e não conseguem ter o privilégio de se sentar a uma mesa diante de megeras impressionistas, sem se desfazerem em milhares de insultos. Dado o tal crescimento inadequado, se tornam frágeis e vulneráveis, fadadas a entregar seus corações a homens quaisquer. Ao ato, se julga incorreto a notória falta de consciência e razões do desejo de estar junto com o outro todo o tempo. Se transformando assim, em pessoas dependentes.